segunda-feira, 20 de maio de 2013

Uma louca tempestade



E lá estava ela, uma menina doce, paciente, serena, meio bruta às vezes, estabanada, avoada e sozinha, de uma fé inabalável, mas de coração fechado, totalmente vazio, preenchido somente por ela mesma. Ela estava feliz assim, tudo ia muito bem, até que surge um grande sapo disfarçado de príncipe, que apareceu do nada e tomou a mocinha de assalto. E ele depara com uma menina mulher, uma menina que come tanto quanto ele e não tem vergonha de sujar a boca ao comer, que esbarra em tudo, que é meio desligada, que anda sem maquiagem, cabelos presos, roupas simples, nada convencional, diferente do que ele estava acostumado a ver, mas que proporcionou a ele momentos que ele dizia jamais ter passado e a princesa acreditou. E ele foi sorrateiramente roubando ela dela mesmo, até que conseguiu levá-la por completo e sem perceber ela ia abrindo as portas da sua vida, da sua casa, do seu coração.. Ela não sabia o que a esperava, (talvez até soubesse, mas como toda menina apaixonada preferiu fechar os olhos e abrir o coração). Ele como todo “príncipe” com suas artimanhas, falas ensaiadas, frases feitas gestos batidos e coreografados, parecia ser aquele cara que ela pedia todas as noites a Deus em oração, mas, mais uma vez a princesa se enganou. Ele veio rápido e de repente, assim como uma tempestade, que chega sem avisar, inunda as ruas e casas, faz estragos, deixa inocentes feridos e vai embora, sem sentir a menor culpa e o que resta é apenas um cenário bagunçado e triste. E foi assim que ele se foi, deixando inocentes feridos e o cenário bagunçado e triste. E a princesa ficou lá arrumando tudo sozinha, mas após a tempestade vem a bonança, não é esse o ditado? Então. Ela cresceu, sua casa não inunda mais com as tempestades, por que ela construiu uma casa mais forte, mais resistente e imune á enchentes. E o sol voltou a brilhar e se encarregou de secar todas as poças de desilusão que restavam. E ela sobreviveu, por que sabe se virar sozinha, não precisa de príncipe pra se sentir preenchida, pra saber do seu valor, e a bagunça? Ela deu conta de arrumar e colocar tudo em seu devido lugar, como sempre fez, por que quando ele se foi a companhia que restou foi a dela e ela se basta! E aquele sentimento que o sapo príncipe despertou, as recordações e lembranças, ela tratou de guardar numa caixinha dentro de seu armário, afinal, momentos bons devem ser guardados, não é necessário jogá-los fora, mas vai ficar lá, embaixo das roupas, embaixo das mágoas, embaixo das lágrimas que ela se orgulha de ter derramado. A caixinha vai ficar lá, esquecida, até o dia em que ela tenha que fazer uma nova faxina, e hoje ela não acredita mais em príncipe encantado e não se desespera mais diante de uma tempestade. O que ela quer é viver a vida à sua maneira esperando o tempo de Deus, por que ela sabe que a tempestade só aconteceu, por que teve a permissão DELE e se não fosse a tempestade, talvez ela adiasse a faxina que precisava ser feita. É, talvez tenha sido esse o propósito, fazer uma faxina! Se por acaso aquele “príncipe” voltar, ela vai estar lá linda, feliz e MAGRA. Se ele se arrepender? Vai ter que ser muito mais que um sapo, ou um príncipe encantado, vai ter que ser homem pra reconquistá-la, por que ao tentar se tornar príncipe, ele se esqueceu do verdadeiro sentido de ser HOMEM

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