Tempo de esperas

Esperar, que coisa difícil nos dias de hoje, tudo está tão corrido, era digital temos as respostas em fração de segundos, seja pra uma receita, seja para uma pergunta histórica, até mesmo respostas para corações apaixonados, respostas frias, respostas automáticas. O senhor Google tem respostas pra tudo. Mas e nós? Enquanto curtimos a rapidez com que as coisas andam acontecendo, o que fazemos com o tempo das esperas? Aquela ansiedade gostosa, aquele frio na barriga, aquele tempo de amadurecimento que vem junto da espera, por onde andam? Hoje só o que existe são borboletas que ja tem um itinerário ensaiado e tempo cronometrado pra voar no estômago. É triste ver que os sentimentos têm prazo de validade. As pessoas não tem mais tempo para o amor, não conseguem mais esperar por ele. Numa sociedade onde não se tem tempo nem pra Deus, Aquele que nos deu o tempo, como ter tempo para amar o próximo? Pois é, estamos com tanta pressa, que nem tempo de falar com Deus nós temos. Imagino como deve estar o coração de Deus, que hoje vê seus filhinhos, aqueles que criou com tanto amor, para o amor, fazendo exatamente o contrário do que Ele desejou e ignorando a Sua presença, nos detalhes da vida. Deus hoje chora, ao ver tamanha crueldade nos olhos de seus filhos, tamanha ganância, intolerância, arrogância, são inúmeros os adjetivos, que fazem Deus chorar. E eu me pergunto, quando tudo isso começou. Como deixamos as coisas chegarem a esse ponto? Perguntas que nem o google pode me responder. Hoje pela manhã ao elevar meus olhos aos céus, além de inúmeros pedidos, pedi a Deus que nos fizesse entender o valor de esperar, o valor do tempo, o valor de amar. Queremos respostas o tempo todo, mas muitas vezes não conseguimos esperar por elas. Se eu te perguntar hoje, qual a cor dos olhos de seus pais, você saberia me responder com precisão? Eu confesso que eu não. Passei 21 anos ao lado deles todos os dias e poucas foram as vezes que os olhei nos olhos. Hoje não olhamos mais nos olhos do próximo, por que estamos correndo o tempo todo, com a cabeça voltada para o nosso umbigo, e aquele ensimanento, o maior de todos que Jesus nos deixou, você se lembra qual é?
"Amai-vos uns aos outros como eu vos amei" (João15;12)

Difícil né?! Amar o próximo hoje em dia tá tão difícil, o amor tá tão banalizado. Crianças morrendo por erros de adultos inconsequentes, jovens que não tem amor à própria vida, como amar outra vida? O que vejo hoje são amores por interesse, amar para receber algo em troca. Amor por conveniência. Que triste! Me pergunto aonde isso vai parar. O que temos feito pra mudar? São tantos discursos poéticos de amor ao próximo, que acho que o meu vai ser só mais um. Mas se pelo menos uma pessoa repensar suas atitudes lendo essas palavras, já me dou por satisfeita, o mais importante eu consegui com esse texto, repensar AS MINHAS atitudes. A internet é usada pra tantas coisas que eu decidi hoje, ganhar alguns minutos usando-a para um desabafo.

Desabafadamente, 

Lorraine. 

Uma louca tempestade

E lá estava ela, uma menina doce, paciente, serena, meio bruta às vezes, estabanada, avoada e sozinha, de uma fé inabalável, mas de coração fechado, totalmente vazio, preenchido somente por ela mesma. Ela estava feliz assim, tudo ia muito bem, até que surge um grande sapo disfarçado de príncipe, que apareceu do nada e tomou a mocinha de assalto. E ele depara com uma menina mulher, uma menina que come tanto quanto ele e não tem vergonha de sujar a boca ao comer, que esbarra em tudo, que é meio desligada, que anda sem maquiagem, cabelos presos, roupas simples, nada convencional, diferente do que ele estava acostumado a ver, mas que proporcionou a ele momentos que ele dizia jamais ter passado e a princesa acreditou. E ele foi sorrateiramente roubando ela dela mesmo, até que conseguiu levá-la por completo e sem perceber ela ia abrindo as portas da sua vida, da sua casa, do seu coração.. Ela não sabia o que a esperava, (talvez até soubesse, mas como toda menina apaixonada preferiu fechar os olhos e abrir o coração). Ele como todo “príncipe” com suas artimanhas, falas ensaiadas, frases feitas gestos batidos e coreografados, parecia ser aquele cara que ela pedia todas as noites a Deus em oração, mas, mais uma vez a princesa se enganou. Ele veio rápido e de repente, assim como uma tempestade, que chega sem avisar, inunda as ruas e casas, faz estragos, deixa inocentes feridos e vai embora, sem sentir a menor culpa e o que resta é apenas um cenário bagunçado e triste. E foi assim que ele se foi, deixando inocentes feridos e o cenário bagunçado e triste. E a princesa ficou lá arrumando tudo sozinha, mas após a tempestade vem a bonança, não é esse o ditado? Então. Ela cresceu, sua casa não inunda mais com as tempestades, por que ela construiu uma casa mais forte, mais resistente e imune á enchentes. E o sol voltou a brilhar e se encarregou de secar todas as poças de desilusão que restavam. E ela sobreviveu, por que sabe se virar sozinha, não precisa de príncipe pra se sentir preenchida, pra saber do seu valor, e a bagunça? Ela deu conta de arrumar e colocar tudo em seu devido lugar, como sempre fez, por que quando ele se foi a companhia que restou foi a dela e ela se basta! E aquele sentimento que o sapo príncipe despertou, as recordações e lembranças, ela tratou de guardar numa caixinha dentro de seu armário, afinal, momentos bons devem ser guardados, não é necessário jogá-los fora, mas vai ficar lá, embaixo das roupas, embaixo das mágoas, embaixo das lágrimas que ela se orgulha de ter derramado. A caixinha vai ficar lá, esquecida, até o dia em que ela tenha que fazer uma nova faxina, e hoje ela não acredita mais em príncipe encantado e não se desespera mais diante de uma tempestade. O que ela quer é viver a vida à sua maneira esperando o tempo de Deus, por que ela sabe que a tempestade só aconteceu, por que teve a permissão DELE e se não fosse a tempestade, talvez ela adiasse a faxina que precisava ser feita. É, talvez tenha sido esse o propósito, fazer uma faxina! Se por acaso aquele “príncipe” voltar, ela vai estar lá linda, feliz e MAGRA. Se ele se arrepender? Vai ter que ser muito mais que um sapo, ou um príncipe encantado, vai ter que ser homem pra reconquistá-la, por que ao tentar se tornar príncipe, ele se esqueceu do verdadeiro sentido de ser HOMEM. 

ZONA C

Estamos bem na nossa zona de conforto né?! Afinal, é com isso que estamos acostumados. A fazer sempre as mesmas coisas, ver sempre as mesmas pessoas, levar a mesma vidinha de sempre, na mesma monotonia, no mesmo contentamento, o bom já é suficiente, pra que buscar algo mais? Mas às vezes nos surpreendemos com alguém, ou algo que além de mudar nossa rotina, muda a nossa forma de pensar e agir, os dias iguais tornam-se únicos, ficamos encantados. Queremos aquela pessoa, ou que aquela situação acontece a todo o momento,a qualquer custo, mas é algo diferente da nossa rotina, não se encaixa nos padrões que estamos acostumados, e ao invés de arriscar, a gente foge. Não fazemos metade do esforço necessário. Fugimos de que, por quê, pra quê? Será medo, insegurança, incerteza? Não é COVARDIA mesmo!  Nem todo mundo está disposto a abrir mão daquilo que está acostumado. Não é qualquer um que está pronto pra encarar de peito aberto algo novo, algo que vai mexer no seu ciclo vicioso. Às vezes viver na mesmice é mais cômodo, é mais fácil. Afinal, pra quê fazer esforço? E se não der certo? E se eu me arrepender? E se, e se, e se... Tantos “se”. É preciso ter coragem, é preciso arriscar, levantar daquele sofá amaçado e surrado pelo tempo que gastamos escorados em seu assento. Temos uma capacidade incrível de nos escorarmos em alguém, ou em alguma situação que já estamos habituados. É preciso buscar algo que faça o coração bater mais forte, algo que desperte o nosso desejo de viver, de ser o melhor que pudermos, algo que faça os dias valerem a pena. A vida é um risco e não estamos ensaiando pra viver, as oportunidades passam rápido e a vida passa mais rápido ainda e se você não tem coragem de encarar 'mano', esquece! Volta lá pro seu sofá, por que essa aventura 'mermão', é só pra quem tem DISPOSIÇÃO. ;)

Por Lorraine. 

Até mais ;**